No dia 04.01.2011 parti de Lisboa rumo a Timor Leste. Tinha então 65 anos e com uma vida de missão sempre em Portugal. Uma coisa tinha presente. O Deus que me ama aqui, também me ama em Timor. Ele estará lá à minha espera. Vou!… na certeza de que Ele se vai servir deste meu nada para a nova missão.
Ao chegar, todo o meu ser era envolvido numa atmosfera totalmente diferente. A qualquer hora do dia, ouvia o barulho de tanta variedade de animais; a brincadeira feliz de muitas crianças e a saudação alegre e cheia de ternura do povo. Era uma orquestra com vários instrumentos naturais que me enchiam de entusiasmo e alegria!…Não sabia falar a sua língua!… contudo, o sorriso e o gesto eram a minha comunicação e o meu sentir de amor em estar com eles.
Durante a semana, dedicava-me às crianças e jovens com várias atividades e assim, crescerem bem para a vida, em todas as dimensões. Nos fins-de-semana, sempre acompanhada pelas crianças e jovens, era a presença aos mais fragilizados da sociedade, idosos e doentes quebrando a sua solidão e monotonia das suas vidas sofredoras, levando-lhes a Palavra e Jesus na Eucaristia. Aparece o leproso, o tuberculoso e outros acontecimentos indescritíveis, o que leva o missionário a não parar. Isto não se baseia na nossa força mas na d`ELE. Há momentos perturbados, por ver e sentir, tanta miséria humana, mas a alegria de que Deus sempre se serve de nós para manifestar o Seu Amor e a Sua Presença Amiga, dando-lhes a certeza de que não estão sós.
O meu coração “sangrou” ao deixar aquele Povo bem-disposto e acolhedor que tanto recebi!…
As muitas Crianças que vi crescer a todos os níveis e me presenteavam com a sua pureza e alegria de que me fascinavam.
Os Doentes e Idosos que me ofertavam com o seu sorriso e testemunho de aceitação, das suas grandes debilidades.
Não posso deixar de mencionar e agradecer a Deus e às Irmãs a Boa Vivência Fraterna da Comunidade que servia de alicerce para a Missão.
No espaço de doze anos de missão em Timor Leste, senti muito a Presença de Deus e vivi o melhor tempo da minha vida de Consagrada:
- Como “mulher” pois fiz algo que gostei muito.
- Como “religiosa” a Pessoa de Jesus Cristo, me identificou mais com ELE.
Agora, resta- me dizer como Maria “ FIAT” e continuar a fazer o Bem sempre. (T.S.)
Ir. Maria Celeste Moniz Pereira dos Santos