Neste mês de Novembro em que celebramos a santidade de tantos irmãos que nos precederam, é-nos grato recordar o caminho de santidade trilhado pela Venerável Teresa de Saldanha 1837-1916, baseado na profunda experiência de felicidade e alegria.
Ensaiou a alegria de ser toda de Deus… e de O amar na oração-contemplação, e também no querer e fazer o bem sempre a todos, sobretudo aos pobres.
A exemplo de Santa Teresa de Jesus que convidava as suas Irmãs a servir com alegria, Teresa de Saldanha viveu uma alegria e serenidade irradiantes, que a acompanharam desde sempre, e que provinham de se saber amada por Deus e de corresponder a esse amor: nada se pode comparar com a alegria de ser toda de Deus. Um Deus que ela saboreou grande e misericordioso mesmo quando lhe aparecia em forma de cruz e sofrimento, e que preenchia o seu sonho de felicidade: detesto embrenhar-me em tristezas.
Procurou que nas comunidades reinasse a alegria do verdadeiro amor fraterno e testemunhou-o: na Casa de São José faz gosto ver a alegria da nossa Comunidade.[1]
Quando foi obrigada a abandonar essa casa, recorda a consolação que sentia em estar sempre no coro,[2] e refere a alegria e o testemunho que davam as Irmãs a tal ponto que o Padre Russell costumava dizer: Benfica era como céu na terra![3]
Ao longo das suas cartas, encontramos disseminadas frases que confirmam essa genuína alegria: Todos os dias há mais uma novidade para ocupar o espírito e trabalhar com mais alegria. Talvez não acredites, mas, no meio de tanta apoquentação, tenho estado sempre alegre; e o convite às suas filhas: Oferece e faz com alegria os muitos trabalhos, em espírito de penitência.
- Feliz, mil vezes feliz sou eu e por tudo dou graças a Nosso Senhor.
- Sou muito feliz no meio dos meus trabalhos e o que quero é fazer muito mais do que faço. Feliz a alma a quem Deus dá a graça de lutar e resistir.
- Felizes as pessoas que põem todo o seu amor em Nosso Senhor e só para Ele vivem.
- O que faz a vida religiosa tão feliz e tão sublime é a prática das virtudes.
- Não sou eu feliz em sofrer por amor de Deus, que tanto me amou? Não me importam os ditos… o que importa é que me sinto tão feliz…
- Sinto-me confundida, mas feliz à vista de tantas graças.
- É com muita alegria que tomo este jugo pesado, procurando fazer tudo para a maior honra e glória de Deus.
- Oferece e faz com alegria os muitos trabalhos e em espírito de penitência.
- Dificuldades são bom sinal, depois será
- Estou cheia de alegria, de gratidão para com Deus.
- Sinto uma grande alegria ao pensar na tão grande misericórdia de Deus.
- No meio de tanta apoquentação tenho estado sempre alegre.
- Todos os dias há mais uma novidade para ocupar o espírito e trabalhar com mais alegri
- O que eu não gosto é de ver caras tristes e é necessário que as Irmãs estejam sempre com cara risonha.
- Devemos estar contentes com o que recebemos e, se alguma vez faltam as coisas, suportarmos com espírito de mortificação.
- Como Deus nos ama e como Ele nos sorri, quando absorvidos no seu amor!
[1] Carta à Maria Augusta Faria de Campos, A.G.C., Doc. 1531
[2] A.G.C., K.8
[3] A.G.C., K.8