A minha vocação religiosa começou duma forma que nem eu mesma consigo explicar.
Eu era uma menina dos sábados e domingos, isto é, para mim a Igreja era apenas para ir à catequese e à missa apenas nos domingos.
Entretanto desde muito cedo eu quis pertencer a algum grupo ou movimento. Então aos domingos eu ficava a observar os grupos que se reuniam no final da missa. Mesmo assim eu não sabia em que grupo devia me enquadrar. Até hoje, eu me pergunto como é que o Senhor me chamou para segui-lo, justamente eu que pouco frequentava a Igreja.
Num domingo, ao fim da missa, uma Madre diocesana apresentou-se na minha comunidade paroquial: estava a fazer promoção vocacional e eu encantei-me com ela. Fez o convite a todos os que quisessem pertencer ao grupo dos vocacionados para se inscreverem. Foi neste momento que uma luz brilhou em mim e eu dizia comigo mesma: Essa é a única oportunidade que tenho para pertencer a um grupo.
Eu não sabia o que era ser vocacionado, pensava que era um grupo como qualquer outro. Com a ajuda da minha mãe inscrevi-me e finalmente comecei a pertencer ao grupo.
Os promotores vocacionais ajudaram-me a perceber que aquele grupo preparava candidatos para a vida religiosa, sacerdotal e matrimonial. Eu estava a gostar daquele ambiente feliz de partilha e aprendizado dos encontros e de tudo o que aprendíamos -bordados e muito mais.
Foi então que conheci a Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, na pessoa da Irmã Cecília Cristóvão Sambo. Simpatizei-me com ela e a partir daquele dia passei a ser vocacionada das Irmãs dessa Congregação. No momento eu tinha 14 anos de idade. Aos poucos fui conhecendo as Irmãs e a Congregação.
No dia 05 de janeiro de 2013, já com 15 anos, entrei no convento como menina do discernimento. Com o passar do tempo e com a experiência do dia a dia, fui tendo consciência e descobri que mesmo sem explicação e sem clareza, o Senhor chamou-me realmente para segui-lo mais de perto. Percebi também que Deus chama de várias maneiras e a minha foi aquela, sem explicação, mas muito linda.
Hoje sou uma Irmã muito feliz com a vida que escolhi e me sinto realizada nesta Congregação.
Ir. Cidália Dinis Taniquela, Moçambicana