Teresa de Saldanha pode continuar a brilhar e a interceder

História da Causa da canonização da Venerável Madre Teresa de Saldanha

Em 1931, foram feitas as primeiras diligências na Congregação, para iniciar o Processo de Canonização da Teresa de Saldanha. Com o objetivo de difundir a sua fama de santidade, estando ainda bem viva a sua memória, a Irmã Maria Rosa Thiaucourt escreveu uma biografia toda documentada: Madre Teresa de Saldanha, Vida e Obra, e D. João de Lima Vidal compôs um livro intitulado: Teresa de Saldanha e as suas Dominicanas.

Na comemoração do primeiro Centenário do Nascimento de Teresa de Saldanha em 1937 – 1938, muitos dos oradores, que conheceram pessoalmente a Madre Teresa de Saldanha, testemunharam a sua santidade. Contudo, apesar de toda a boa vontade demonstrada, o processo não avançou formalmente, devido à reorganização por que passava a Congregação.

Nos finais da década de 70, foi encontrada muita documentação de Teresa de Saldanha e da Congregação, no Instituto dos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo. Um espólio da maior importância e interesse, que levou o Conselho Geral a fazer diligências para prosseguir com o processo.

Foi, porém, no Capítulo Geral de 1990, que se votou, favoravelmente, a proposta de formalizar o pedido de abertura do Processo Diocesano.

A 1 de maio de 1996, foi nomeado para Postulador da Causa, Frei Innocenzo Venchi, OP, Postulador Geral da Ordem Dominica e no mesmo ano foi nomeada por este, a Vice-Postuladora, Irmã Rita Maria do Nascimento Lourenço nicolau. O processo foi acompanhado pelo secretário da postulação, Fr. Francesco Ricci.

Atualmente é assistido por Fr. Massimo Mancini, Postulador Geral da Ordem Dominica.

O Processo diocesano foi orientado pelo Cónego Joaquim Saraiva Abrantes, Vice-Chanceler do Patriarcado.

A 8 de agosto de 1996, D. António Ribeiro, Cardeal Patriarca de Lisboa, emitiu um Edital solicitando a quem possuísse escritos da Madre Teresa Saldanha, a entregá-los no Patriarcado.

A 22 de outubro de 1998, D. José da Cruz Policarpo, Arcebispo Coadjutor do Patriarca deu posse aos Censores Teológicos: Frei José Augusto Miranda Mourão, OP e Drª Maria Manuela Dias de Carvalho; e aos Peritos de História: Drª Maria Margarida Meneses Pinto Machado e Dr. António Manuel Antunes de Matos Ferreira para analisarem todos os escritos de Teresa de Saldanha. No dia 25 de Março de 1999, foi a sessão de entrega dos documentos conclusivos no Patriarcado de Lisboa. O parecer favorável da Conferência Episcopal Portuguesa foi assinado no dia 29 de Março de 1999. A10 de Setembro de 1999, obteve-se o Nihil Obstat da Santa Sé.

A 28 de outubro de 1999, saiu o Decreto de Introdução da Causa e de constituição do Tribunal: Padre Frei António José Ribeirinha Barreleiro OP, Juiz Delegado; Padre Baltasar de Sousa Azevedo, CMF, Promotor da Justiça; Dr. Mário Bento Martins Soares, Notário; Ir. Maria Cecília Campos, Notária Adjunta.

A 6 de novembro de 1999, foi a abertura do Processo Diocesano, Capela de São José, em S. Domingos de Benfica, Casa Mãe da Congregação, presidida por D. José Francisco Sanches Alves, bispo Auxiliar de Lisboa. Nesse mesmo mês o Tribunal começou a ouvir as testemunhas.

Foram escutadas, pelo Tribunal, cerca de três dezenas de testemunhas dentre familiares da Venerável Madre Teresa, uma das quais ainda a conheceu pessoalmente, e outros por tradição familiar; bispos e sacerdotes, irmãs da Congregação – de Angola, Brasil e Portugal – e leigos. Todos responderam a perguntas, previamente elaboradas, e foram unânimes em declarar a heroicidade das suas virtudes e fama de santidade.

A 17 de novembro de 2001, foi a Clausura do Processo Diocesano na Igreja de São José da Anunciada, em Lisboa, presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo que na homilia confessou: Cremos que Teresa de Saldanha pode continuar a brilhar e a interceder não só nesta Igreja de Lisboa que ela amou, mas em toda a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo de quem ela hoje é santa.

A 14 de Fevereiro de 2002, foi a abertura do Processo na Congregação para a Causa dos Santos, Roma.

Dá-se início à Positio com o Relator da Causa, Padre Cristoforo Bove, OFM Conv. e as colaboradoras Irmã Rita Maria do Nascimento Nicolau e a Irmã Maria Cecília Campos.

No dia 14 de dezembro o Papa Francisco assinou o Decreto da Heroicidade das Virtudes da Madre Teresa de Saldanha, que agora é Venerável.

Aguardamos o reconhecimento do milagre por intercessão da Venerável Madre Teresa de Saldanha. Temos a mesma fé e convicção de um bispo seu contemporâneo, D. Domingos Maria Frutuoso, que tendo conhecido, de perto, a sua santidade, declarou: “Espero e confio que um dia vejamos, nos altares de Portugal, a imagem da Madre Teresa de Saldanha que bem merece ser canonizada pelo bem que fez à Igreja e à Pátria.”

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